segunda-feira, maio 22, 2006

Os Empreendimentos e a qualidade de construção

Boa noite
Tenho observado com atenção o forum e sigo atentamente todos os tópicos que se vão desenvolvendo. Alguns deles merecem-me atenção especial, que pretendo desenvolver aqui no blog, logo que tenha o tempo suficiente.
Como aqueles que acompanham o blog sabem, ainda não efectuei a escritura da casa (e respectivos acessórios), pelo que não tenho a vivência diária para poder escrever sobre determinados assuntos convenientemente.
Deixo para todos os vizinhos que moram no empreendimento essa função, através do forum, ou através de emails que me pretendam remeter, bem como à Sara, que tem acesso ao blog.
Todavia, existe um ponto que julgo ser necessário ponderar com algum critério. Mais do que a minha opinião pessoal, que eu não posso transmitir por ainda não ter acesso à minha futura casa, é um pequeno contributo para a discussão da qualidade de construção dos empreendimentos.
Como todos nós sabemos, os empreendimentos foram construídos em regime de habitação a custos controlados, o que significa basicamente que se pretende, com este regime, a construção de habitações a um preço abaixo do seu real valor de mercado, em virtude de existir um apoio do INH (Instituto Nacional da Habitação), bem como a venda e/ou permuta de terrenos que, de outra forma, seriam um peso exorbitante para o valor final da habitação.
Exactamente em virtude desta situação, este tipo de habitações é onerado com a impossibilidade da venda durante cinco anos, contados a partir da data da escritura, de modo a impedir a especulação imobiliária imediata, visto que a ideia da habitação a custos controlados é a promoção da habitação junto de camadas sociais que, noutras situações, não teriam possibilidade de adquirir um imóvel em determinadas zonas geográficas.
É evidente então que, este tipo de construção, não se enquadra com acabamentos de luxo nem com uma ideia de exploração comercial idêntica à normalmente praticada no mercado habitacional.
A qualidade de construção dos nossos empreendimentos só poderá ser avaliada, em primeiro lugar, pelos seus habitantes, nos quais eu, por enquanto (e espero por muito pouco tempo) não me incluo. Todavia, alguns amigos meus, com alguma experiência na construção civil, que foram visitar o imóvel enquanto este ainda estava em construção, referiram-me que, aparentemente, a qualidade da construção estava salvaguardada.
Bem como, quando falo de qualidade de construção, não me refiro aos erros gritantes do projecto de arquitectura, como por exemplo aqueles que provocam as graves questões de insegurança dos prédios em banda das Galinheiras.
Todavia, temos de tentar inserir os diversos aspectos negativos no plano da construção civil geral do nosso país.
Em relação a este aspecto posso falar de diversos exemplos que recolhi ao longo dos anos:
- A minha mãe reside num andar arrendado em Lisboa, inserido num prédio de construção antiga, que foi remodelado no ano passado. Ao lado do prédio da minha mãe foi construído um prédio, hà cerca de 10 anos, de habitação de luxo. A minha mãe, em inúmeras ocasiões, ouve perfeitamente as vizinhas do referido prédio de luxo a falar, ou a usar a casa de banho.
- No prédio onde habito actualmente, que tem cerca de 10 anos, e que diversas pessoas já consideraram como tendo uma boa qualidade de construção, ouço perfeitamente o vizinho de cima a passear em casa, tomar banho, a falar, já para não falar de quando estou deitado e acordo sobressaltado com pessoas a sussurrar no passeio (moro num R/c).
- Em relação aos nossos empreendimentos não estou, como acima referi, habilitado falar. Contudo, não queria deixar de colocar aqui um artigo do Pedro, do blog Viver Bem na Alta de Lisboa, que julgo elucidativo. Em primeiro lugar porque se trata de um tipo de habitação bastante mais dispendiosa do que a nossa. Em segundo lugar porque, somos praticamente vizinhos na mesma área de influência.
Espero que os membros do referido Blog, cuja leitura aconselho vivamente, me perdoem esta cópia!
" Sexta-feira, Fevereiro 10, 2006

Qualidade
Dos muitos comentários que o último post suscitou, fiquei com a ideia de que uma das principais razões - se não a principal - que levaram as pessoas a querer vir habitar a Alta foi a da qualidade. Qualidade do espaço urbano (sim, aceito que, pelo menos no projectado, ela é inegável), qualidade do espaço habitacional.
E volto a repetir a pergunta que fiz então: têm a certeza da qualidade da "qualidade" do espaço habitacional?
Tenho tido, no decorrer da minha actividade profissional, a oportunidade de conhecer com algum detalhe a actividade imobiliária em alguns países - tanto no que se refere às definições de construção como aos diversos produtos imobiliários disponibilizados em relação à gama de preços. E cheguei a duas convicções: em Portugal, o que é considerado o supra-sumo da qualidade - o "luxo" - é poeira para os olhos de quem tem muito dinheiro para gastar e poucas exigências para viver; a relação preço/qualidade de construção (mensurável fisicamente) é altamente deficitária.
O que é considerado luxuoso nos outros países não existe em Portugal e, inversamente, o que é considerado "de luxo" em Portugal não valeria dois caracois em mercados mais exigentes.
Por outro lado, pagam-se como excepcionais, características que são consideradas quase corriqueiras noutros países.
Porque é que se valoriza tanto um sistema de condicionamento térmico quando até já há legislação que impõe capacidades mínimas de inércia térmica aos edifícios que - a ser efectivamente seguida - quase o tornariam dispensável? E porque é que vidros duplos, caixas de ar revestidas com isolamento térmico e acústico, pavimentos flutuantes são referidos como excepções a ser devidamente realçadas? O facto da estrutura ser em betão ou os prédios terem elevador ou canalização de gás é-o?
Acresce que, o facto de existirem estes componentes não assegura que o funcionamento dessas infra-estruturas seja o desejado. Em Portugal constroi-se cada vez mais desleixadamente.
E para que não venham já dizer que estou a exagerar pergunto-vos: nas vossas casas novas da Alta já tiveram ocasião de apreciar as qualidades vocais de um dos vossos vizinhos (de cima, de baixo, do lado)? as conversas no átrio do vosso piso? o levantar voo de um avião na Portela (tudo isto evidentemente de portas e janelas fechadas)? Já tiveram de ir a correr aumentar o fluxo de ar ou de água quente no sistema de aquecimento ambiente porque, ao amanhecer, sentiram especial relutância em circular de pijama pela casa? E num outro plano, nunca terão ido em desespero pedir encarecidamente ao vizinho de baixo para desligar a lareira porque o ar na vossa sala se aproximava rapidamente do irrespirável? Nunca descobriram com surpresa uma preocupante ausência de ligação do esquentador à conduta de evacuação de ar da cozinha? Ou sentiram uma zoada nos ouvidos devida ao barulho do exaustor automático da cozinha...? Nunca tiveram as portas completamente arruinadas devido às infiltrações de água vindas do andar de cima porque, devido à inexistência de um tubo de fuga, a água acumulada na varanda acabou por inundar todo o apartamento? OU - caricatura das caricaturas - acharam que era um exagero de salubridade usar-se água quente no autoclismo?
Não, não estou a inventar. Tudo isto são casos passados em casa de amigos e, à excepção de um, todos em edifícios do admirável sítio novo... É que se constroi mesmo com duas mãos esquerdas em Portugal."

7 comentários:

Pedro Veiga disse...

Caro João Pinto,

Esta é uma questão de grande importância para quem adquire um apartamento. Apesar dos preços elevados das casas novas, a qualidade muitas vezes não acompanha esses preços. Por isso eu costumo dizer que não se vendem andares de luxo, vendem-se é andares a preços de luxo.
No meu caso, que moro no empreendimento "Colina de S. Gonçalo" do Alto do Lumiar, desde Setembro de 2005, já deparei com várias situações pouco agradáveis. O que mais me tem desagradado é a má condução do ar nas condutas de exaustão, pelo que é frequente as casas de banho serem "inundadas" por um intenso cheiro a tabaco vindo dos andares inferiores.
Ainda há a assinalar os muitos pequenos defeitos na construção relacionados com as canalizações que têm aos pouco sido reparados pelo empreiteiro a um ritmo muito lento.
Felizmente ainda não me queixo do ruído, todavia o empreendimento ainda está longe de estar totalmente habitado ...
Apesar destes aspectos mais negativos estou satisfeito com a nova, apesar de ter sido vendida a um preço muito elevado.

Anónimo disse...

Olá João

O meu nome é Susana e vivo no lote 4 do empreendimento das Galinheiras, ou quinta do Grafanil, como lhe queira chamar.
Posso dizer-lhe que estou muito contente com a minha casa, eu tinha uma casa em São Domingos de Rana, conselho de Cascais, nuns apartamentos com acabamentos de Luxo, realmente a nivel de acabamentos esta não tem comparação com a anterior, mas isso eu já esperava, posso dizer-lhe que a minha casa lá a 8 anos, era um T2, foi bem mais cara que esta que é um T4.
Logo existem coisas que não se pode exigir, eu lá ouvia os meus vizinhos do lado falarem, irem a casa de banho, ouvia isso tudo, nesta aqui só existe um dos meus quartos que fica junto com a sala dos meus vizinhos, onde se houve mais barulho. Não estou minimamente arrependida de ter comprado esta casa, estou em Lisboa, na cidade onde nasci e fui criada, e não acho de todo que a qualidade destes apartamentos seja assim tão má.
Se todos os vizinhos se respeitarem tenho a certeza que o nosso bairro será bem agradavel de se viver.
Para si, boa sorte e bem vindo

Anónimo disse...

Apesar da construção ter sido em regime do INH deverá respeitar as normas de segurança, higiene e ambiente, o que me custa a crer que esteja acontecer.
Dou exemplo dos segundos pisos que têm os quartos debaixo das cozinhas dos terceiros pisos, sem terem isolamento acrescido.
Para vossa informação, pretendo solicitar uma inspecção para determinar o grau de ruído (desculpem mas não conheço termos técnicos para isto) e se houver incumprimentos das normas estabelecidas, o construtor tem duas alternativas: 1º ou encontra uma solução para aquilo (impensável ficar como está, aquele barulho da cozinha no quarto: nem pensar), 2 – ou responderá judicialmente.

Quanto ao Lote 3, onde moro há cerca de um mês, não sei o que os senhores da construtora andam lá a fazer.
A porta do Corpo A não fecha desde da altura que fui para lá, e continua assim. As escadas estão cheias de manchas da construção, ninguém as limpou e nalguns casos o chão está gasto do tempo da construção, tem de ser arranjado. Para além do segundo piso levar com a água do terceiro literalmente em cima das Grades Protectoras que já estão cheias de calcário, depois virá a ferrugem até que os condomínios componham aquilo. E ainda para não falar na luz de entrado e a água encharcada que fica ali quando chove.
Estas situações também se devem ao facto de serem situações a custos controlados?!!! Julgo que não.

Caro João, se pretendes acomodar-te com o que está feito, nada posso fazer. No entanto eu tenho uma opinião diferente: se eu cumpro com os meus deveres os outros também têm que de o fazer e como não existe Lei sem Penalização não existe cumprimento sem incumprimento.

Um Abraço
Rui

PS: não podemos comparar se na casa X ou Y o barulho era mais ou menos com esta habitação. O que temos é de garantir é se a construtora cumpriu o que a Lei estabelece (ponto).

João Pinto disse...

Caro Rui,

O post que escrevi foi no sentido de tentar inserir a qualidade (ou falta dela), no panorama da construção civil em Portugal. Não sei onde leste alguma referência à aceitação pela minha parte das situações negativas e incorrectas que possam ocorrer nos empreendimentos. Como também explicitei, nem sequer me referi à sua qualidade de construção, porque não estou habilitado para isso, por enquanto.
É evidente que todo e qualquer defeito na construção, ou anomalia verificada, nada tem a ver com o facto de os Empreendimentos terem sido construídos em regime de Habitação a Custos Controlados, e a HSE deve reparar todos os casos que se verifiquem.

Um abraço

Joao Pinto

Anónimo disse...

ok, retiro o apontamento quanto à tua aceitação.
:)

Abraço
Rui

Unknown disse...

Exmos Condominos do Corpo D,
venho pela mesma solicitar uma solução a uma questão que me foi exposta por um vizinho,a qual não consigo nem compreender nem arranjar uma solução,visto partilharmos todos o mesmo espaço de estacionamento...foi-me comunicado pelo Sr. Rafael Salgado 1 dos administradores do lote7 D
quando estacionasse o meu veiculo e para sair do mesmo,não pisar o seu lugar de estacionamento que lhe custou 9 mil
euros,infelizmente como é de conhecimento de todos é impossivél que cada um de nos ao sair de suas viaturas não "voa",pois a minha questão é a seguinte tendo eu um filho e a única maneira mais comoda de retira-lo da minha viatura é estacionando o meu veiculo de costas,ficando o meu lugar de saida virado para o lado do Sr. Rafael,estando eu dentro do meu lugar de estacionamento e para sair da viatura tenho que pisar o lugar do Sr. em questão e ao demais ao estacionar a minha viatura desta forma e como sou uma pessoa civilizada,para poder facilitar também a vizinha do lado que tem 2 crianças e lhe é mais comodo sair da sua viatura desta forma questiono-me então como poderia fazê-lo para sair do meu veiculo..parece-me que isto é um problema do construtor que infelizmente não fez os espaços de estacionamento suficientemente largos para que cada um de nos saia
das suas viaturas sem ter de pisar o lugar do vizinho do lado.
terminando esta questão o que para mim ainda é mais grave é saber como é possivél que alguém tão inconsciente e sem qualquer tipo de civismo para com os seus vizinhos possa administrar seja o que fôr...
Para mim para além de ridicula e de ser uma tremenda palhaçada lamentavél,que me choca profundamente ter de viver ao lado de alguém tão brutesco e bossal é o facto da pessoa em questão não ter mais nada com o que se preoucupar para me vir advertir duma situção tão ridicula como esta...Agradecia que alguém me pudesse ajudar a arranjar uma solução pois continuo estupfacta e sem qualquer tipo de resposta a tal problema. Sandra

Sérgio Luiz disse...

nao sei se este tópico ainda está activo mas...

Estou em fase de aquisição de uma habitação construída ao abrigo de um Contrato de Desenvolvimento
Habitacional (C.D.H). Trata-se do projecto de “Fogos a Custos Controlados na Avenida Calouste Gulbenkian em Faro”. devo receber a chave em DEzembro de 2008

Tenho dúvidas no quanto poderá custar esta habitação.
No contrato e regulamento de concurso está escrito:

T3 pelo valor de: 73.623.00 €
O valor do Lugar de Garagem: 12 500 € (de aquisição obrigatória)
Total: 86.123.00 €
Valores de 2007.
area buta de habitação 110m2 (o que dá area liquida do T3 cerca de 75m2)
cozinha com 6m2, corredor com 10m2, varanda com 2m2.., quartos com 8,9,10m2 sala com 18m2......conseguem perceber esta logica?


acontece que devido à instalação de uns painéis solares, a construtora quer agora subir o valor de venda.
Verbalmente falam em sensivelmente + 10 mil euros.

As minha dúvidas prendem-se nos valores de venda legais para 2008 (Dezembro):
- o valor de lugar de garagem não excede o valor máximo permitido?
- podem aumentar o valor do fogo alegando a instalação dos painéis solares?

onde posso me informar?
agradecia que me dissessem algo se souberem.
obrigado
sérgio luiz
sluiz@iol.pt